A Patrícia rumou ao Porto, sozinha, de carro por saber que tenho pãnico de pessoas e que a comunidade de leitores da Almedina me ocupava o sistema nervoso há uns dias. A Patrícia é minha amiga. Tenho uma profunda admiração por ela e, como escreveu Agustina, o amor nasce do aplauso. O nosso será para a vida. A Patricia mantém o blogue mais inteligente que conheço: blogkiosk. Vale mesmo a pena.
Nao conhecia o Miguel Carvalho. Partilhamos alguns gostos.O homem na cidade de Carlos do Carmo, o jornalismo puro e duro da rua, das pessoas, sobre as pessoas. Tem um riso fácil. Um blogue muito bom - a Devida Comédia - e escreve na Visão.
O Miguel Gonçalves gere a Almedina do Arrábidashopping. Vai ser pai do Guilherme daqui a umas semanas. Foi de uma imensa generosidade comigo. Bem haja.
No sábado à tarde disse o maior conjunto de disparates que se podem dizer sobre livros e literatura. Não foi intencional. Era uma comunidade de leitores de uma simpatia tão grande que foi fácil transformar tudo aquilo numa conversa caseira, sem censuras ou defesas. A conversa sobre escrever e a escrita, o livro No Silêncio de Deus e outros, como A Eternidade e o Desejo de Inês Pedrosa, fizeram as despesas da conversa durante duas horas. O Miguel Carvalho fez as vezes de moderador com uma generosidade imensa.
A seguir, no regaço maravilhoso da Lucília Monteiro, uma das melhores fotógrafas que temos. Fomos presenteados com um jantar fantástico, com empanadas vegetarianas e de alheira, ponche da madeira e bolo molhado de coco. Falou-se de tudo e viu-se o Benfica pelo meio. Foi bom. Muito bom.
O convite partiu do gentil Domingos Silva, director do Casino da Figueira e, só por isso, a Inês Pedrosa e eu rumámos à Figueira da Foz. Os meus filhos perguntaram,no gozo:
Vais à praia?
A Inês apresentou no Casino o livro "No Silêncio de Deus" com a generosidade que lhe conhecemos e depois a conversa descambou para outras coisas. Como nos conhecemos, porque somos amigas há vinte anos, porque odeio advérbios de modo (palavras que mentem), o que Inês pensou aos 15 anos quando teve um acidente de automóvel (história que eu roubei e coloquei no Silêncio de Deus).
Rimos muito e trataram-nos muito bem. Na viagem de regresso, continuámos na conversa. Eu já tinha ido à Marinha Grande nesse dia, a Inês tinha dormido três horas, mas mesmo assim a cada passo encontrámos mais uma história, uma partilha. Não podia ter sido melhor.