Terça-feira, 26 de Maio de 2009

El Corte Inglés com Couto Nogueira

José Couto Nogueira exibia hoje uma camisa e gravata, um fato completo em tons claros. Tem uma nova turma de escrita criativa e eu lá fui dizer umas coisas sobre esta coisa da escrita. Não deve ter sido um sucesso, logo no início um aluno abandonou a aula e mais tarde tive de cortar a conversar de uma jovem dizendo simplesmente que "concordamos que discordamos". Descrever o processo de escrita não é fácil. Somos pessoas diferentes e leitores distintos ao longo da vida. O facto de ter louvado a ficção científica, que tão importante foi para mim na adolescência, não deve ter sido a melhor surpresa para aquele grupo. Tenho pena, há coisas maravilhosas na ficção científica. Enfim, há sempre a Ursula K. Le Guinn. Falámos da dificuldade da escrita, da edição, da importância do livreiro, dos livros que são destruídos, dos livros que deveriam existir em locais distintos para ajudar a passar o tempo (como no Instituto de Oncologia, para citar um exemplo). Não tenho discursos preparados para estes encontros, não tenho papas na língua e tão-pouco meia dúzia de citações de autores famosos que possam conferir alguma credibilidade. Entrego-me à conversa, mas a verdade é que só quero que me leiam e, quando o fizerem, alguma coisa aconteça: um ponto de luz, uma interrogação, uma identificação, até uma irritação.

No fim, perto das escadas rolantes, uma jovem disse-me que me ajudaria a levar livros para sítios onde eles podem ser lidos. Outra partilhou comigo a experiência da escola alemã onde está ainda a Frau Mascarenhas e a Frau Gram-Moreira. Voltei para casa pelo caminho mais longo.


publicado por Patrícia Reis às 22:46
link do post
Quinta-feira, 14 de Maio de 2009

Feira do Livro ao frio

O Zé Francisco manda vir cachecóis leya, vermelhos e brancos. À mesa, a Mariana, a Cecília, a Inês e eu. De repente, uma miúda com uma deficiente clara pede um autográfo, traz consigo No Silêncio de Deus. Há um gesto de amorisidade na forma como carrega o livro. Não consigo compreender o nome da leitora à primeira, à segunda, à terceira tentativa. Começo a ficar nervoso, leitora também. Foi um momento constrangedor. Assinar um livro é dar-lhe uma chancela de amor e fi-lo mal. Não consigo deixar de pensar nisso e espero que a Márcia, o nome dela é Márcia, me possa perdoar. Fiqiuei a pensar que temos pouca margem para ouvir os outros. Estamos habituados a uma regularidade de palavras cujos sons não suscitam dúvidas. Quanto os meus filhos eram pequenas eu era uma máquina eficaz de descodificação verbal. Mesmo das coisas mais estranhas. Hoje fiz um mau papel. E fiquei triste com isso.


publicado por Patrícia Reis às 00:02
link do post
Segunda-feira, 11 de Maio de 2009

Feira do Livro

Lá estive a ver quem passava, a rir às gargalhadas com o Miguel Gullander, o João Tordo e o Agualusa. Comi farturas que a minha mãe trouxe, amorosamente, numa caixinha. Havia acuçar por todos os lados. Abracei a Lídia Jorge, o Mário Cláudio, a Alice Vieira e ainda o Hugo Gonçalves e todas as pessoas da Dom Quixote: a Cecília, o Zé Francisco, os Pedros, o Rui, a Marina, o João e o Isaias (e o Telmo?). Incansáveis. Sorridentes. Super amigos.

Rodeados de livros, o dia foi-se fazendo com nuvens, pingos de chuva, rasgos de sol. É a feira do livro de Lisboa, com os seus encantos e desencantos.

Dia 14 lá estarei de novo.


publicado por Patrícia Reis às 17:30
link do post

Patrícia Reis 2009

Patrícia Reis 2009

mais sobre mim_


ver perfil

. 66 seguidores

pesquisar neste blog_

 

arquivos_

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

subscrever feeds_